domingo, 6 de março de 2016

E sim, por mais que se evite, as coisas pesam. As mãos são insuficientes, você flexiona os braços, desloca pros ombros, ajoelha, empurra com a barriga, com as costas, empurra – inutilmente. Não sai mais do lugar. Emperrou. Você não tem mais forças, moça! Para um pouco... Chora... Você tem precisado! Incrível como ainda se recusa! Você sorri – sabe Deus como. E só Ele mesmo... Ninguém mais entende. Você se esconde, mas Ele observa, Ele – nem tão calado assim – observa! E eu te olho, passeio pelas histórias mal escritas, pelas metades que faltaram. Não vai chorar? Tá bom, então empurra! Saiu do lugar? Não. E por quê? Porque você também cansa, menina! Cadê o refúgio? Perdeu o altar? Onde está o escape? Você não sabe! Ninguém mais sabe... Larga isso então! Por que insistes? Segue em frente! Você pode ser leve! Não, né? Ainda não te convenci que pesos são âncoras e parar nem sempre é uma boa ideia. Mas você parou. Carregou. E só não percebeu ainda que não vai mais pra lugar algum. Esgotaram suas forças e a única opção é deixar pra trás. É opção pra você? Nunca foi. E eu sei disso. Mas sei também que esse lugar é escuro demais. É incompatível com sua paixão de três cores. É pequeno pro amor que transborda teus poros. É minúsculo pra tudo que você é... Eu vou esperar. E você vai sair daí. E quando sair, você não volta! Pobre do que quis ser peso. Coitado de quem não se deixou levar... Eu te espero, menina! Eu espero que você esqueça. Eu espero que você siga. E você vai seguir! Você não desiste, o que é pior... Sua indiferença já machucou a mim, eu sei a dor que é... Pobre do que quis ser peso. Coitado de quem não se deixou levar...